Trascrições do Julgamento de 2005 : Declaração de Abertura de Tom Sneddon
Vamos dar início à seríe de posts contendo
transcrições do julgamento de 2005. Como são muito extensos e numerosos os
tesemunhos, faremos resumos do que foi dito. Cópias dos originias, em inglês,
estão em meu poder. Se alguém queiser checar o que aqui se encontra, basta
entrar em contato através dos canis disponibilizados na minha página.
Os Resumos e análises foram feitos por
David Edwards, autor do blog Vindicatemj 2.0 Os comentários em azul são se
minha autoria.
Resumo da Declaração de Abertura de Tom Sneddon:
1. No
ano de 2000, Gavin
Arvizo foi uma jovem vítima de
câncer que foi bater à porta da morte. Durante sua luta contra o câncer, Gavin e a
família dle foram introduzidas para o comediante Jamie Masada,
proprietário da The Laugh Factory, em Los Angeles. Masada patrocinava
acamapmento, em todos os verões, para crianças carentes,
e desenvolveu afeto pela família Arvizo
devido à doença de Gavin, e prometeu fazer tudo o
que podia para ajudar. Então
Masada arranjou para Gavin conhecer Jackson
através da Make A Wish Foundation.
2. Após vários meses de conversa com Gavin no telefone, Jackson
convidou toda a família para Neverland,
em agosto de 2000. Na última
noite da estadia, Sneddon alega
que Jackson pediu a Gavin para pedir aos pais
permissão para dormir no quarto
dele, e eles disseram que sim. Naquela
noite, Sneddon alega, Jackson
e Frank Cascio mostrou
material pornográfico para Gavin
e Star Arvizo em um computador portátil.
3. Os Arvizo foram para Neverland mais algumas
vezes, em 2000, mas Jackson não estava
lá. Eles não foram a Neverland durante todo 2001.
No outono de 2002, Jackson os
convidou de volta a Neverland para que ele pudesse incluí-los no documentário de Martin Bashir. Ele queria que Gavin
explicasse para o mundo o quanto
Jackson ajudou durante o tempo de
necessidade dele. Gavin entrou
para o rancho, filmou a cena, e foi para
casa na manhã seguinte, e não houve contato adicional entre Jackson e os
Arvizos até pouco antes do documentário ser exibido.
4. Jackson e
o círculo interno dele receberam uma cópia antecipada da transcrição final do
documentário Bashir e perceberam que o documentário o fez ficar como um
abusador de crianças, de modo (de acordo com Sneddon) que ele estendeu a mão
para os Arvizos e os convidou para se juntar a ele na Flórida, para que eles
pudessem agendar uma conferência de imprensa com a mídia para negar as
alegações de abuso que foram insinuadas no documentário. A família Arvizo voou
para Miami com Chris Tucker no jato fretado dele, em 05 de fevereiro de 2003,
um dia antes de o documentário ir ao ar nos Estados Unidos.
5. De acordo
com Sneddon, Jackson tinha cinco pessoas em seu círculo íntimo que conspiraram
para forçar os Arvizos a filmar um vídeo refutação de negar qualquer abuso, e
para levá-los para o Brasil, para escapar da atenção da mídia. Essas cinco
pessoas eram Frank Cascio, Ronald Konitzer, Marc Schaffel, Dieter Wiesner, e
Vincent Amen.
6. Em 07 de
fevereiro, Jackson, os filhos dele e as babás, os Arvizos, Dr. Al-Farschian, o
irmão mais novo e irmã de Frank Cascio, e outros, voaram em um avião fretado de
volta a Neverland. De acordo com Sneddon, os Arvizos consumiram álcool no vôo,
Jackson acaricou o rosto de Gavin Arvizo e lambeu a testa dele, enquanto ele
dormia ao lado de Michael. Uma vez que eles desembarcaram, a família foi levada
direto para Neverland.
7. Durante esse período de tempo, múltiplas redes de notícias estavam transmitindo pedaços de
vida de Jackson, e tentando levá-lo
a conceder-lhes uma entrevista, e
Schaffel estava tentando montar uma refutação ao documentário de Bashir, chamado "O Filme Que Não Era Para Você Ver Nunca”. De acordo
com Sneddon, Schaffel disse
a Janet que "os assassinos" estavam lá fora para buscá-la e a família dela, e que eles precisavam cooperar com Jackson e
fazer o vídeo refutação lendo um script que lhes
foi fornecido.
8. Em 12 de
fevereiro de 2003, Janet pede a Jesus Salas que tire ela e a família delama
fazenda, e ele os leva para a residência do pai de Janet, e, depois, para o
apartamento de Jay Jackson (então, o noivo de Janet Arvizo) Segundo Sneddon,
houve mais de 40 telefonemas feitos para Janet por Frank Cascio para fazê-la
voltar a Neverland, e nessas chamadas, Frank promete a Janet que nem Dieter
Weizner ou Ronald Konitzer estarão lá. Ele também disse que uma viagem para o
Brasil estava em obras, e Jackson iria encontrar a família lá. Janet concordou
em voltar a Neverland em 17 de fevereiro de 2003, mas partiu sozinha e foi
levada de volta para casa por Chris Carter, quando ela descobriu que Weizner e
Konitzer estavam lá no rancho.
9. O diretor
da escola média que os Arvizos frequentaram contatou o Departamento de Serviços
às Crianças e à Familia Los Angeles e apresentou uma queixa, e pediu-lhes para
investigar as alegações de que Jackson abusava de Gavin, e para ver se Janet é
uma mãe incapaz. Eles contataram Janet e marcaram uma entrevista com a família
para 20 de fevereiro de 2003. De acordo com Sneddon, Frank Cascio deu a Janet
um ultimato: ou ela concordava em filmar o vídeo refutação ou ela não teria
acesso aos filhos dela. Então, Janet concordou em filmá-lo, e foi filmado e
concluído em 20 de fevereiro de 2003.
10. De
acordo com Sneddon, as crianças Arvizo foram todas levadas de volta a
Neverland, logo que a entrevista com os DCFS acabou (em 20 de fevereiro), e Vincent
Amém levou Janet Arvizo para obter cópias das certidões de nacimento da família
Arvizo, a fim de obter passaportes para a viagem deles ao Brasil.
11. Em 25 fevereiro de 2003, a família Arvizo foi
tirada de Neverland para o Inn
Calabasas, e Amém e Tyson (Frank Cascio) ficaram com eles,
a fim de manter um olhar atento sobre
eles e ter certeza de que eles
não escapariam antes da viagem ao
Brasil. A
família ficou lá até 02 de março de 2003.
12. Durante esse tempo, de acordo com Sneddon,
Amen tirou Gavin e Star Arvizo da escola, de tal forma que a família
está se mudando para o Arizona. Posses da família são
colocadas em armazenamento, e
Amém paga dois meses de aluguel,
a fim de impedir que a família perca
o apartamento deles.
13. De acordo com Sneddon, o período de 2 a 12 de março de 2012 (o último
dia que a família Arvizo estave no rancho) é quando Jackson começou a abusar de
Gavin.
14. Durante este tempo, Jackson, supostamente, masturbou Gavin duas vezes
em seu quarto, quando Gavin deitou na cama dele, desmaiado de intoxicação, e
esses dois atos foram testemunhados por Star (que também teria testemunhado
inúmeras garrafas vazias de vinho). Houve duas outras ocasiões em que Jackson,
supostamente, masturbou Gavin sem testemunhas presentes. Em outra ocasião, quando
os irmãos estavam deitados na cama de Jackson assistindo TV, Jackson,
supostamente, entrou no quarto sem roupas, e com uma ereção, e pediu-lhes para
tirar as roupas deles, mas eles correram para baixo. Em outra ocasião, Jackson
teria dito que ele deveria masturbar Gavin, porque se não o fizesse, ele pode
"ficar louco e sair e estuprar uma mulher".
15. Em 09 de
março de 2003, Gavin, alegadamente, disse a Jackson que ele estava preocupado
que o álcool que Jackson lhe dava fosse detectado durante no teste de urina
dele, que estava programado para ser realizado por médicos, em 10 de março, a
fim de ver se o rim dele estava funcionando corretamente. Gavin, supostamente,
confessou a mãe, Janet, que Jackson lhe dava álcool e ela ficou tão chateada,
que ela supostamente teria enviado Davallin tirar os irmãos do quarto de
Jackson, mas sem sucesso.
16. No dia
seguinte (10 de março), de acordo com Sneddon, Amém levou Gavin e Janet ára o
Kaiser Hospital, e no caminho até lá, Amen alegou que a garrafa de urina abriu
e derramou, e a maior parte do conteúdo foi perdido, mas Janet não acreditou de
jeito nenhum, e pensou que era uma tentativa de evitar que o álcool na urina
fosse detectado pelos médicos.
17. De
acordo com Sneddon, Janet ficou tão chateada que ela decidiu, finalmente,
deixar Neverland, de uma vez por todas, então ela teve Amen levando-a a um
salão de beleza que ficava localizado perto de onde o noivo dela, Jay Jackson,
estava estacionado. Ela o chamou e lhe pediu para vir e levá-la para casa, e
ele fez. Mas Gavin queria ficar na fazenda, por isso ele foi levado de volta.
18. Em 11 de marco de 2003, Janet Arvizo tinha que
ir para o tribunal para uma audiência de divórcio, e ela chamou Frank Tyson (cascio), e disse que os filhos dela precisavam estar com ela no tribunal, e ele prometeu a ela que eles
estariam lá, mas em vez disso,
ele apareceu sozinho. Frustrada, Janet
promete a Frank que ela e a família
concordarão em ir ao Brasil, mas primeiro
eles devem visitar so pai dela, doente,
no apartamento dele. As crianças são aconselhadas a fazer as malas, e elas são trazidas de Neverland
para a casa do avô (ironicamente,
eles não querem deixar Neverland).
19. Janet
contatou o advogado Bill Dickerman para ajudá-la a recuper a mobília dela, que
estava em armazenamento, e para retirar o documentário "Living With Michael
Jackson" do ar, devido á inclusão de Gavin sem o consentimento dela.
Dickerman indica aos Arvizos o advogado Larry Feldman, devido ao anterior
litígio dele contra Jackson em 1993. Feldman encaminha Gavin e Star ao psicólogo
Stan Katz, a quem ele revelou o abuso sofrido, e Katz notificou as autoridades,
que iniciaram a investigação e posterior prisão e indiciamento de Jackson.
Esse foi o Sumário feito por David Edwards, As
alegações de Sneddon são tão absurdas que chega a ser engraçado. As vamos
passar à análise do que foi dito pelo Promotor.
Agora aqui está o resumo de Sneddon da Moção do AUTOR PARA ADMISSÃO DE
PROVAS DE ANTERIORES CRIMES SEXUAIS, que foi arquivada em 10 de dezembro de 2004. Atenção para as
datas que Sneddon afirmou que
família Arvizo deixou Neverland pela
última vez:
Declaração Do caso
Atual
Gavin Avizo
conheceu o réu em 2001. Ele tinha 11 anos e estava sendo tratado de câncer. No
auge da doença não era esperado viver. Gavin e o irmão mais novo, Star, tinham
frequentado um campo de comédia no Laugh Factory, um teatro de comédia em Los
Angeles. O proprietário, Jaime Masada, apresentou Gavin a uma série de
celebridades, em um esforço para impulsionar seus espíritos e incentivar a sua
recuperação. Uma das celebridades que Gavin pedou para conhecer foi Michael
Jackson. Masada arranjou a apresentação.
Jackson
ligou para Gavin no hospital e teve uma longa conversa com ele, seguida de muitas outras conversas telefônicas. Isso resultou em
um convite para visitá-lo em Neverland, rancho de Jackson, de 2800 hectares em Santa
Ynez. A primeira visita foi com
toda a família, a mãe de Gavin, Janet,
o pai, David, a irmã, Davellin, e o rimão, Star. Logo na primeira visita Gavin e Star se hospedaram no quarto de Jackson, na residência principal, enquanto os pais e a irmã deles
permaneceram nas casas de hóspedes, à distância da casa. Naquela primeira visita, Jackson deu um lap top a Gavin. Ele, então, mostrou
a Gavin e Star como
acessar pornografia na Internet.
Gavin voltou a Neverland muitas
vezes depois, geralmente
com o pai, a irmã e o irmão. Se
Jackson estava lá, os meninos
ficavam com ele, em seu quarto,
geralmente em sua cama. Jackson deu
a Gavin um veículo utilitário esportivo.
Embora o pai de Gavin o dirigisse, o veículo foi um presente para
Gavin. Depois que o carro quebrou, foi devolvido a Jackson. Aos 12 anos,
Gavin estava se recuperando do câncer.
Essas visitas a Neverland
começou a diminuir. Aos 13 anos, o menino perdeu
o contato com Jackson e tinha
parado de visitar. Então, na
primavera de 2002, Gavin e Star foram convidados a retornar a neverland por Chris Tucker,
uma celebridade previamente apresentada aos meninos por Massada. Tucker
levou os garotos de volta a Neverland para comemorar o aniversário
de 1 ano do filho dele.
Mais tarde,
no outono de 2002, Michael Jackson ligou e convidou as crianças de volta.
Gavin, Star e Davellin voltou a Neverland para uma visita. Eles foram
apresentados a um homem chamado Martin Bashir. Embora os meninos não soubessem,
Bashir era um jornalista trabalhando em um documentário sobre Michael Jackson.
Gavin já havia dito a Jackson que estava interessado em ser um ator. Jackson
pediu a Gavin que concordasse em ser entrevistado por Bashir, dizendo-lhe que
seria como um teste.
Em
fevereiro de 2003, o documentário de Bashir "Living with
Michael Jackson" foi ao ar na Inglaterra. Foi altamente crítico do estilo de vida de Jackson e revelou o
costume dele de dormir com as
crianças, além das dele próprio. Gavin foi mostrado sentado ao lado de Jackson, segurando a mão dele e inclinando a
cabeça no ombro de Jackson. Ele
foi identificado pelo primeiro nome
verdadeiro.
Gavin,
o irmão, irmã e mãe dele foram levados para Miami, com Chris Tucker, em um
jato particular. O pai de Gavin, David, não fazia mais parte do quadro. Depois de anos de abuso de Janet, ele foi impedido por ordem judicial de ver a esposa ou filhos. Jackson
estava bem ciente da contenda na família Arvizo.
Em Miami, a família se hospedou no hotel Resorte
Turnberry, com muitos membros da comitiva de Jackson. Enquanto
Gavin e a família estavam em Miami, "Living with Michael Jackson" foi ao ar nos Estados Unidos. Jackson proibiu qualquer das pessoas com ele em sua suíte, incluindo a
família Arvizo, de assistir ao programa.
Não houve
conferência de imprensa, e a família Arvizo retornou à Califórnia e ao rancho
Neverland, dois dias depois.
A senhora Arvizo foi informada por um dos funcionários de Jackson que ela e os filhos teriam que se mudar para o Brasil para a própria segurança. A partir do momento do retorno a Neverland, em 7 de fevereiro de 2003, até o momento da derradeira fuga da fazenda, em 10 de março, as crianças Arvizo ficaram exclusivamente em Neverland, exceto por um par de dias em Los Angeles, e alguns dias em Calabasas, na companhia de funcionários de Jackson, que preparavam a partida dos Arvizos para o Brasil.
Jackson os
levou a "Toys R Us", em Santa Maria, para uma farra de compras.
Enquanto em Calabasas, todos eles compraram roupas novas, presumivelmente para
a viagem ao Brasil. Quando Jackson estava presente no rancho, os meninos
ficaram com ele em seu quarto. Caso contrário, eles se hospedavam no chalé de
hóspedes. Davellin e a mãe sempre hospedavam em uma das casas de hóspede do
rancho. Cada vez mais, Janet perdia contato com seus filhos. Ela ficava na casa
de hóspedes a maior parte do dia, e tinha pouca interação com os meninos. Mesmo
Davellin começou a perder o contato com eles. Ela não ia ao quarto de Jackson e
sentia a conexão com os irmãos enfraquecendo.
Os meninos
não frequentavam a escola, não tinham lição de casa para fazer, e não tinham
responsabilidades. Eles passavam os dias aproveitando os muitos jogos, passeios
e carros de corrida em Neverland. À noite, eles se retiraram para o quarto de
Jackson. Jackson tinha apelidos para os meninos, como "Rubba",
"Dodohead" ou "Applehead." Quando Jackson estava lá, ele
bebia muito e incentivava os meninos a fazê-lo também. Em uma ocasião, ele se
apresentou para os meninos nú, e assegurou-lhes que era uma coisa natural. Ele
perguntou-lhes sobre a masturbação e se eles faziam isso. Ele simulou um ato
sexual com um manequim de uma criança do sexo feminino que tinha em seu quarto.
Ele lhes contou uma história de como um menino uma vez teve relações sexuais
com um cão, porque ele não se masturbava. Ele disse que tinha de fazê-lo ou ele
iria enlouquecer. Quando Gavin disse que ele não fazia isso, Jackson tornou-se
ofendido, disse que ele estava mentindo e que Gavin não confiava nele. Jackson
se ofereceu para ensiná-lo com fazer.
Embora Gavin estivesse bebendo regularmente, quando Jackson estava lá, ele tem uma lembrança clara de pelo menos dois
incidentes de estar na cama de
Jackson e Jackson masturbando-o,
com uma mão inserida
em sua cueca, enquanto se masturbava
com a outra mão. Gavin disse que pode ter havido outros eventos, mas ele estava muito embriagado para estar certo.
O irmão de Gavin, Star, testemunhou dois atos separados de Jackson molestando
Gavin, o que fez Star parar de dormir no quarto de Jackson. Em ambas as
ocasiões, Star entrou em quarto de Jackson no final da noite para ir dormir. A
cama de Jackson ficava localizada na parte de cima de sua suíte. Para chegar
lá, Star teve que abrir a porta de acesso, que fica na parte de baixo da suíte,
inserindo a combinação no teclado para bloqueio da porta. Star poderia, então,
subir as escadas para o quarto em si. Quando ele estava subindo as escadas e se
aproximou do topo, Star atingiu o nível onde ele podia ver a cama de Jackson
através da grade que separava a escada do quarto. Ele viu seu irmão Gavin e
Jackson na cama, deitados lado a lado. Em ambas as ocasiões, elea pareceu para
a Star que Gavin estava dormindo ou inconsciente, e que Jackson estava
masturbando Gavin e a ele próprio.
Em cada
ocasião, Star virou antes de chegar ao topo da escada, saiu e foi para a casa de
hóspedes para dormir. Star não dormiu no quarto de Jackson depois disso.
Janet teve
que usar de subterfúgios para finalmente tirar os filhos longe de Neveriand.
Ela teve os pais dela ligando e dizendo às crianças que eles (avós das
crianças) estavam doentes e queriam vê-los. Janet negociava com um dos homens
de Jackson para uma visita de dia para as crianças com os avós, e as crianças
eram entregues na casa dos pais dela em El Monte. As crianças não queriam
deixar Neverland. Gavin, em particular, ficou chateado ao saber que ele não
teria permissão para voltar.
Depois de
deixar Neverland, em 11 de março de 2003, Janet e seus pais, em El Monte,
receberam inúmeros telefonemas de funcionários de Jackson incentivando Janet e
os filhos a retornarem a Neverland. Eles não fizeram isso. Funcionários de
Jackson tinham esvaziado o apartamento dela e mudado todas as posses da família
para um depósito e se recusaram a dizer a Janet onde estava. Janet contatou um
advogado em uma tentativa de obter as posses de volta. Janet também pediu o
advogado Bill Dickerman para tentar parar a exibição de "Living With
Michael Jackson", porque a ale não tinha sido dado nenhum conhecimento
prévio do envolvimento do filho na produção do documentário, e porque a
exibição do programa expôs os filhos dela ao ridículo público. Ela não sabia nada
sofre filho dela ser molestado na época.
Dickermanos os encaminhram ao procurador
Larry Feldman, que
já havia processado Michael
Jackson por molestar outro menino de 13 anos
de idade, Jordan Chandler,
dez anos antes. O procurador Feldman imediatamente encaminhado os meninos ao psicólogo Stan Katz. Foi ao Dr. Katz que os
meninos divulgaram, pela primeira vez, o abuso sexual. Assim se iniciou uma investigação longa e extensa, resultando no indiciamento
de Michael Jackson.
Antes que eu
continue, eu quero lhe mostrar uma discrepância evidente no cronograma de Sneddon,
e este é o primeiro de muitos que você vai ver ao longo deste julgamento. Em
uma moção de dezembro de 2004, Sneddon afirmou que a data da “fuga” dos Arvizos
de Neverland foi 10 março de 2003, e, mais tarde, afirmou que foram 11 de março
de 2003! Mas, em seu discurso de abertura, ele disse que eles partiram de
Neverland, pela última vez, em 12 de março de 2003!
24 Eu acredito que os
registros do rancho
25 logs e os testemunhos
de indivíduos envolvidos
26 aqui mostraram que
desde, basicamente, de 2 a 5 março.
27 que o réu e os
Arvizos
28 estiveram no rancho
juntos. Isso, de novo, desde
115
1 9 de março até 12 de
março, quando os Arvizos partiram
2 pela última vez, que o Jackson — Michael Jackson, o réu
3 neste caso, estava presente.
Eu também quero ressaltar duas coisas que, literalmente, me surprenderam, quando mim
como eu li a declaração de abertura
de Sneddon: primeiro, ele admitiu que
Neverland fosse um lugar bonito que
Jackson usou para trazer felicidade para as crianças carentes
e doentes! Então, se Sneddon não duvida que Jackson realmente cuidasse de crianças, ninguém
mais deve!
1 O TRIBUNAL: Sr.
Sneddon. Siga em frente.
2 SR. SNEDDON:
Obrigado, Excelência.
3 Senhoras e senhores,
a cena para a maioria dos
4 dos eventos que ocorreram
neste caso particular será
5 a casa do réu,
Neverland Valley
6 Ranch. E eu penso que
vocês terão um sentimento muito bom
7 pelo rancho, através
de vídeos que serão mostrados
8 provavelmente por
ambos os lados, bem como trechos de fita
9 e filmagens que são
mostradas no documentário
10 de Martin Bashir.
11 mas apenas por um
momento, desde que, provavelmente,
12 de vocês não tem
ideia de como o rancho é,
13 eu quero levar vocês
a um passeio visual sobre
14 o que ele é.
15 Eu quero dizer, primeiro e principalmente, que
16 o rancho é algo que é uma coisa linda.
17 E ele tem sido usado para belas causas. Para as crianças,
18 as crianças desprivilegiadas, para as
19 crianças que estiveram sofrendo, que foram levadas
20 para lá para compartilhar um dia ou uma semana
21 no rancho. É algo muito bom.
22 mas exatamente como
muitas coisas na vida,
23 algo muito bom pode acabar
se tornando, em outra
24 ocasião, em outro
momento, algo muito ruim.
25 E várias testemunhas
neste caso
26 dirão a vocês que
alguns dos jovens
27 visitantes do
rancho, que ficaram e visitaram
28 com o Sr. Jackson, e
quem está lá em uma prolongada
45
1 base, tem mudado por
causa da personalidade
2 do rancho.
Segundo, Sneddon também admitiu que Martin Bashir tivesse enganado Jackson para que confiasse nele para
retratá-lo de uma forma positiva com
o documentário. Então, se o próprio Sneddon não duvida da
traição Bashir, então ninguém deve!
20 Marc Schaffel,
através do contato dele com a mídia
21 tinha recebido uma
adiantada cópia da
22 transcrições do documentário
de Bashir. E ele
23 imediatamente
contatou Ronald Konitzer. E eles
24 imediatamente
contataram Michael Jackson. E pareceu para
25 todos que viram o
vídeo que, embora ele começasse
26 de uma forma bem
favorável ao réu,
27 a totalidade do
vídeo era,
28 claramente não o que
o réu antecipou, o que ele
71
1 esperou, mas era
claramente um boomerang na
2 tentativa de retorno,
e eles viram o documentário
3 como um desastre de
relações públicas.
4 O vídeo completo foi
transmitido na Inglaterra
5 pela primeira vez em
três de fevereiro de 2003 para
17
6 milhões de pessoas na
Europa, em um programa chamado “Trevor
7 McDonald.”
8 Como eu disse, Bashir foi menos que elogioso,
9 e ele expressou aberta crença e preocupação
10 sobre a admissão de Jackson e o comportamento dele
11 com crianças, tanto as dele, como outras.
12 Portanto, não haverá nenhuma discussão sobre o fato
13 de que, de alguma forma, Bashir tem enganado o réu
14 para que entrasse nesse tópico ou, de alguma forma, conduziu-o por
esse caminho.
Retomando,
a teoria da acusação era a seguinte, basicamente:
Que
Michael Jackson conheceu Gavin Arvizo e a família dele no ano 2000 e passou a
ajudar a família e o menino na recuperação dele.
Que Gavin
e a família forma convidados para Neverland, que era um lugar lindo usado em
causas nobres e propiciava a crianças pobres e doentes um momento de alegria.
Que Gavin
e Star dormiam no quarto de Michael. Mas nunca se falou em abuso.
Que os
Arvizos pararam de ver Michael até 2002.
Que em
2002 os Arvizos voltaram a Neverland para gravar o Documentário de Bashir.
Que
Bashir enganou MJ para induzi-lo a falar sobre o relacionamento com crianças.
Que o
documentário levou à denuncia feita pelo diretor da escola de Gavin.
Que o
Departamento de Serviços às Crianças e à Família de Los Angeles abriu um
investigação. Mas os Arvizos negaram o abuso.
Que os
empregados de Michael furtaram a mobília dos Arvizos e fizeram de tudo para
obriga-lo a gravar uma refutação. (Lembrando que, como nenhum abuso tinha
ocorrido, a declaração de que MJ nada tinha feito não poderia ser falsa).
Que os
Arvizos viajaram para Miami para se encontrar com MJ e de lá forma de volta a
Neverland.
Que foi
depois da viagem para Miami (depois de três anos de convivência sem abusos) que
Michael Jackson molestou Gavin.
Que Janet
Arvizo fugiu de Neverland sem os filhos, porque foi ameaçada de, se os levasse,
não veria a mobília dela nunca mais.
Que os
empregados de Michael permitia que os meninos visitassem os avós, embora eles
estivessem presos em Neverland.
Que no
dia 10, 11, 12 de março de 2003 (ele alterou a data três vezes) os Arvizos
deixaram Neverland de uma vez por todas.
Que Janet
procurou William Dickerman para recuperar a mobília dela. (Nada sobre abuso
sexual até aqui.)
Que Dickerman
enviou os Arvizos a Larry Feldman, que conseguiu um acordo milionário para os Chandlers
em 1993, após processar MJ sob acusações de abuso sexual.
Que
Feldman enviou os Arvizos a Stanley Katz, o mesmo psiquiatra que apoiou as
alegações de Jordan Chandler.
Que os
meninos disseram a Katz que Gavin sofreu abuso. (Foi a primeira vez. Até ali
tinham sempre negado.)
Que Katz
acionou as autoridades e as investigações que se seguiram levaram ao indiciamento
de MJ.
Faz
sentido tal cronologia dos acontecimentos?
Obviamente
não. Mas ocorre que Sneddon tinha um grande problema que era explicar as
negativas reiteradas dos Arvizos. Não apenas ao DSCF de Los Angeles, mas no
vídeo refutação e ao falar com pessoas que os conheciam, como o diretor de
Gavin.
Diante
disso, foi preciso que a acusação criasse toda a teoria absurda de conspiração para
sequestrar os Arvizos, obriga-los a gravar a refutação e a estranhíssima
suposta decisão de MJ em cometer o crime apenas naquele momento. O pior
momento!
Nos links anbaixo a transcrição
da Declaração de abertura de Tom Mesereau, advogado de Michael Jackson, na íntegra.
Blogs que seguimos
About